sábado, 15 de agosto de 2020

UM POUCO DA VIDA DE LEON

No dia 20 de agosto, completam-se 80 anos do assassinato de Leon Trotsky, revolucionário russo que ao lado de Lenin e outros dirigentes comunistas, instauraram a primeira república bolchevique da história da humanidade. O termo russo “bolchevique” já revelaria o caráter de classe do novo regime social na Rússia após a revolução socialista de outubro de 1917, um novo Estado voltado para a maioria da população, ou seja, um Estado Proletário triunfante pela primeira vez na história da humanidade! No Blog da LBI, iniciaremos uma série de artigos em homenagem a Trotsky, nestes oitenta anos do fracasso stalinista em pretender com um covarde assassinato, apagar da história a figura titânica deste revolucionário, que nos deixou um imenso legado teórico e programático, como uma via para a ação concreta da classe operária mundial tomar o poder. Neste primeiro ensaio abordaremos um pouco da biografia deste revolucionário, que vive imortalmente na história da luta de classes mundial.

Liev Davidovich Bronstein nasceu no dia 26 de outubro de 1879, no vilarejo ucraniano de Yanovka, Império Russo. Judeu, filho de camponeses médios, aderiu ao marxismo aos 19 anos e passou a reunir os operários da região em uma organização político-sindical denominada “União Operária do Sul da Rússia”.

Trotsky (pseudônimo emprestado de seu carcereiro, em 1902) passou por três longos exílios fora da Rússia (1902-1905, 1907-1917 e 1927-1940), mas também participou de três revoluções (1905, Fevereiro de 1917 e Outubro de 1917). Foi por duas vezes presidente do Soviete de Petrogrado (1905 e 1917). Trabalhou como jornalista em duas guerras: nos Balcãs, em 1910, e durante a Primeira Guerra Mundial, em 1914. Membro do Comitê Militar Revolucionário durante a insurreição de outubro de 1917, dirigiu os operativos que levaram os bolcheviques ao poder. Depois da vitória da insurreição, assumiu o Comissariado do Povo para Assuntos Estrangeiros e esteve à frente das negociações sobre a paz com a Alemanha em 1918.

Formou e dirigiu o Exército Vermelho, cujo contingente chegou a cinco milhões de homens e mulheres, em 1920. Venceu 14 exércitos estrangeiros durante a Guerra Civil. Depois de 1921, se dedicou às questões econômicas do jovem Estado Operário.

Inspirou, junto com Lenin, a formação da III Internacional, redigindo seus principais documentos e declarações. Após a morte de Lenin, travou uma batalha política contra a burocratização do Estado Soviético e a degeneração do Partido Bolchevique. Expulso da URSS, em 1927, por denunciar o curso anti-proletário da fração de Stalin, Trotsky percorreu o mundo durante 10 anos em busca de asilo, até seu pedido ser aceito pelo governo mexicano, em 1937. Morreu assassinado por um agente stalinista, em 1940.

Trotsky era de estatura média, tinha cabelos negros e encaracolados, grandes olhos azuis, voz metálica e fala rápida. Ao discursar, gesticulava rica e elegantemente. Trabalhou com Lenin em Londres na equipe de redação do Iskra, primeiro jornal bolchevique. Depois da ruptura entre bolcheviques e mencheviques, em 1903, se afastou de Lenin por vários anos. Nunca foi, no entanto, menchevique.

Teve quatro filhos, de dois casamentos. Todos morreram antes dele, dois dos quais assassinados pelo stalinismo. Conheceu a mais absoluta glória e viveu terríveis tragédias. Nunca encarou, no entanto, nem um nem outro, desde um ponto de vista unicamente pessoal. Para Trotsky, sua sorte era a sorte do proletariado em luta, suas glórias e fracassos eram as glórias e fracassos da classe operária mundial e, portanto, de caráter essencialmente político.

Nos tempestuosos dias de outubro de 1917, às vésperas da tomada do poder, abordado por um jornalista para que desse uma declaração em nome dos bolcheviques, Trotsky respondeu: “A única declaração possível neste momento é a que fazemos pela boca de nossos canhões”, e seguiu com passos apressados para a sede do Comitê Militar Revolucionário, para inaugurar uma nova fase na história da humanidade.

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